Lisboa é a capital de Portugal, sendo também a capital do distrito e da Área Metropolitana com o mesmo nome. Mas, como Lisboa se veio a tornar na cidade mais importante de Portugal?
Fundação e período romano
Lisboa foi fundada pelos Fenícios sob o nome de Alis Ubbo (“porto seguro”) e pouco tempo depois foi ocupada pelos Gregos e Cartagineses.
No ano 195 a. C., foi conquistada e povoada pelos Romanos que lhe atribuíram o estatuto de município, passando a chamar-se Olissipo. À sua volta começou a fixar-se um bom número de famílias que cultivavam as terras e, em troca de comida e de vinho, recebiam proteção. Devido à sua excelente localização estratégica, tornou-se um importante centro de defesa dos Romanos.
Com a queda do Império Romano, passou a fazer parte do reino suevo da Galiza, até 585 d.C.
Período muçulmano e reconquista de Lisboa
Em 711, a cidade foi dominada pelos Muçulmanos, que lhe deram o nome de Al-Ushbuna. Afonso II, o Casto, recuperou-a durante uma década, entre 798 e 808. Mas a reconquista definitiva aconteceu em 1147, através de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, que a conquistou e expandiu para fora das suas muralhas.
Mais tarde, já no século XIV, o rei D. Fernando mandou construir uma nova muralha – a Cerca Nova – com objetivo de defender a cidade contra as permanentes ameaças do rei de Castela.
É, no entanto, com o rei D. Afonso III que a cidade de Lisboa passa definitivamente a ser a capital do Reino de Portugal. Nesta época, Lisboa era já um importante núcleo económico de trocas, possuindo dois mercados centrais de hortaliças: a Praça da Ribeira e a Praça da Figueira, hoje importantes praças da cidade.
Durante os reinados destes dois reis foram criadas as condições que, no final do século XIV, com início da dinastia de Avis, deram origem ao começo da expansão marítima de Portugal e o consequente aumento de poder e enriquecimento da capital portuguesa.
Os Descobrimentos
A partir do século XV, o porto de Lisboa tornou-se um dos mais importantes do mundo. A riqueza que gerou com o que as naus descarregavam nos seus cais, atraiu genoveses, judeus, flamencos e maiorquinos, cujos conhecimentos marítimos influenciaram a corte do infante D. Henrique.
No ano de 1500, D. Manuel I abandonou o castelo e passou a fixar-se no Paço Real (no atual Terreiro do Paço), onde toda a vida comercial de Lisboa se passou a centralizar. É nesta altura que nasce o Bairro Alto, onde posteriormente se viria fixar muita da aristocracia portuguesa.
No século seguinte, a Casa da Índia contribuiu para o aumento da riqueza da cidade graças ao comércio gerado com a Ásia, África e Brasil, tornando-se o centro de tráfico de escravos mais importante da Europa.
O domínio espanhol
Contudo, em 1580 o duque de Alba conquistou Portugal e o rei espanhol Felipe II tornou-se rei de Portugal. Depois sucederam-se mais dois reis espanhóis. O país só viria a recuperar a sua independência em 1640, seguindo-se um período esplendoroso na cidade devido às grandes riquezas trazidas do Brasil.
O grande terramoto de 1755
O grande terramoto de 1 de novembro de 1755 destruiu Lisboa, o que deu a oportunidade ao Marquês de Pombal, com o ouro que chegava de Minas Gerais, de reconstruir a cidade baixa e empreender uma obra de requalificação urbanística notável, seguindo um novo traçado geométrico, com grandes vias de estilo clássico.
Napoleão e a monarquia constitucional
Com as invasões francesas, a cidade caiu nas mãos de Napoleão em 1807, mas foi reconquistada pelos ingleses, liderados pelo general Wellington.
Após a vitória do liberalismo, a organização urbanística pombalina foi quebrada, passando a ser construídos alguns dos mais emblemáticos edifícios da cidade, dos quais se destacam o Palácio da Ajuda, a Ópera de S. Carlos, a Basílica da Estrela e o Teatro D. Maria II.
Em 1833, a monarquia constitucional foi restaurada e perdurou até a proclamação da República em 1910.
Lisboa no século XX
Já no século XX, a Avenida da Liberdade passou a apresentar-se como o eixo da nova cidade, surgindo, então, outros importantes edifícios na cidade, tais como o Hotel Palácio, o Eden Teatro, o Cinema Tivoli e o Hotel Vitória.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Lisboa foi o refúgio de muitos exilados dos países ocupados pelo eixo em trânsito para os Estados Unidos e Grã-Bretanha.
Em 1932, António de Oliveira Salazar tomou o poder e criou uma ditadura, que durou até 25 de abril de 1974, quando um golpe de Estado acabou com este regime. Esse facto ficou conhecido como a “Revolução dos Cravos”. Durante estes anos, Lisboa sofreu uma grande mudança demográfica e expansiva.
Em 1986, Portugal entrou na União Europeia e, doze anos mais tarde, em 1998, Lisboa foi a sede da Exposição Universal, a Expo98 que transformou a fisionomia da parte oriental da cidade.
Seis curiosidades sobre Lisboa
Lisboa é conhecida como a cidade das “sete colinas”: Castelo, Graça, Monte, Penha de França, São Pedro de Alcântara, Santa Catarina e Estrela.
É hábito chamar aos lisboetas “alfacinhas”, dado que desde muito cedo que Lisboa se tornou famosa pelo cultivo de alfaces.
A estátua do Cristo Rei, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, que se situa na margem esquerda do rio Tejo, é uma cópia do Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Possui uma altura de 28 metros e o monumento na totalidade mede 110 metros de altura.
A ponte 25 de Abril foi inaugurada em 1966 pelo primeiro-ministro de Portugal da época, António Oliveira Salazar, pelo que foi inicialmente batizada de Ponte Salazar. Após a revolução de 25 de Abril de 1974, a ponte recebeu o seu nome atual, comemorando simbolicamente aquele dia histórico. A ponte tem uma extensão total de 2,2 quilómetros, dos quais 1,2 estão suspensos sobre o rio.
A ponte Vasco da Gama foi inaugurada a 4 de abril de 1998 e é a maior ponte da Europa, medindo 17,2 quilómetros, dos quais 10 estão sobre as águas do estuário do Tejo.
Lisboa possui uma grande cultura de café, existindo muitos nomes para designar os diferentes tipos de café: bica, pingado, garoto, cortado, carioca, italiana, abatanado, curto…
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